quarta-feira, 26 de novembro de 2008

NOTA DO MST SUL DE MINAS GERAIS

Por MST Sul de MG

Nós Trabalhadores Rurais Sem Terra organizados peloMST, acampados nas terras da antiga usina Ariadinopolis viemos a público para denunciar uma grande injustiça que vêm sendo cometida há anos em território mineiro.


Desde 1997 o MST organiza as famílias para reevindicar a reforma agrária nas terras que até então estavam abandonadas pela Ariadnopolis. Acampados e produzindo desde então já fomos vítimas de 5 reintegrações de posse, mas mesmo com toda a truculência do aparato repressor do estado, não arredamos das terras, produzindo alimentos, reproduzindo a vida através de práticas agroecológicas, da educação do campo e da solidariedade Sem Terra .


Este mês pela 6ª vez o poder judiciário concede uma liminar de despejo, nos expulsando da terra num ambiente de terror e desrespeito, pois não temos para onde ir e estamos prestes a perder TUDO o que plantamos nestes 11 anos de luta. Esta é a realidade: Os trabalhadores sofrendo com o terror do estado.


Depois de 11 anos, com 280 famílias acampadas e produzindo nos mais de 6000 ha de terras antes vazias, culpamos o Estado e o Governo brasileiro por não ter uma verdadeira e honesta política de reforma agrária, porque privilegia o latifúndio e o agronegócio sem nenhum critério, a não ser o da sua própria lógica burguesa, de beneficiar os “heróis” usineiros e penalizar os pobres do campo.


A Usina Ariadinópolis é um símbolo de uma estrutura agrária atrasada que excluiu milhões de camponeses ao longo da história do Brasil. As dívidas da usina ultrapassam os 180 milhões de reais para com a União, o que a obrigou a abrir falência em 1993. Mas sua dívida vai além desse valor. Entendemos que esta dívida é também com o Povo Brasileiro e, sobretudo com os mineiros por décadas de exploração, trabalho escravo e crimes ambientais.


Sabemos que a Reforma Agrária é sem dúvida um projeto necessário para o Brasil, principalmente neste momento em que o agronegócio se mostra incompetente para resolver problemas estruturais da sociedade, como a crise de quantidade e qualidade dos alimentos e os sérios problemas ambientais que estamos sofrendo por conseqüência do modelo que vem sendo imposto nos campos de todo mundo.


Não arredaremos um passo da decisão tomada há 11 anos de destinar essas terras da burguesia agrária para a produção de alimentos e de vida. Lutaremos contra mais essa liminar de despejo e se mesmo assim formos expulsos, voltaremos pela sexta vez, pela sétima e oitava se forem necessárias, até que se faça valer a lei e que a reforma agrária saia do papel e seja implementada nas antigas terras da Ariadinópolis.

Reforma Agrária por Justiça Social e Soberania Popular!

Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra.

Para maiores informações:

Sílvio (35) 9168-4644