terça-feira, 21 de outubro de 2008

Charge: Latuff



Campanha Presudencial estadunidense

Movimentos sociais lançam Tribunal Popular para julgar o Estado

Fonte: Site do MST - www.mst.org.br

O lançamento nacional do Tribunal acontecerá nesta quarta-feira (22/10), às 19h, com o 1º debate temático do Tribunal Popular: A Violência do Estado Brasileiro contra os que lutam por moradia - Movimentos Sem Teto, Comunidades Despejads e o Povo de Rua.

Uma coletiva de imprensa será realizada nesta quinta-feira (23/10), às 14h. Participarão da entrevista coletiva o jurista e deputado federal constituinte Plínio de Arruda Sampaio e representantes de organizações que integram o Tribunal Popular (ver mais detalhes abaixo).

O objetivo da iniciativa é se contrapor às celebrações oficiais em razão dos 60 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, ao julgar o Estado Brasileiro pelas sistemáticas violações de direitos da população mais pobre, fundamentalmente jovem e negra e a criminalização dos movimentos sociais.

Para isso, o Tribunal Popular realizará quatro sessões de instruções, as quais ocorrerão nos dias 4 e 5 de dezembro (no dia 6 ocorrerá a sessão final de julgamento) e abordarão casos emblemáticos envolvendo violência institucional do Estado:

1- Operações militares sob o pretexto de segurança pública em comunidades pobres: a chacina no Complexo do Alemão no Rio de Janeiro, em 2007, quando sob tal pretexto, a força policial executou 19 pessoas;

2- A violência estatal no interior das prisões do sistema carcerário: o complexo prisional baiano e as execuções discriminadas da juventude negra pobre na Bahia;

3- Execuções sumárias sistemáticas da juventude pobre, em sua maioria negra: os crimes de maio de 2006 em São Paulo, quando foram executadas cerca de 400 pessoas em apenas oito dias, marcando uma das semanas mais violentas da história brasileira;

4- A criminalização dos movimentos sindicais, de luta pela terra, pelos direitos indígenas e quilombolas: a recente tentativa de aniquilação do MST no Rio Grande do Sul.

A cada dia fica mais evidente que o Estado Democrático de Direito brasileiro - justamente a instituição que, nos seus termos, deveria garantir os direitos humanos da população - é um dos principais agentes violadores dos direitos. Trata-se de um Estado penal a punir seletivamente e muitas vezes executar sumariamente uma ampla parcela de seus cidadãos, a maioria mais pobre. A criminalização das organizações e dos movimentos de trabalhadores também tem intensificado exatamente porque lutam pela real efetivação dos direitos historicamente renegados.

As sessões do Tribunal Popular serão precedidas por três debates. O primeiro debate acima citado ocorrerá no dia 22/10 e marcará o lançamento do Tribunal. Outros dois na seqüência discutirão a criminalização de estudantes e do movimento estudantil e da luta por direitos indígenas e ambientais.

Nas sessões do Tribunal já estão confirmadas as participações de diversos representantes de entidades e movimentos populares, como por exemplo os juristas Nilo Batista, João Tancredo, Hélio Bicudo e Aton Fon Filho; o músico sobrevivente da chacina da Candelária, Wagner Santos; a psicanalista Maria Rita Kehl; o filósofo Paulo Eduardo Arantes; o militante Índio Guajajara; o coordenador do Fórum de ex-Presos Políticos, Ivan Seixas; o compositor Marcelo Yuka; a jornalista Maria Luisa Mendonça; o sindicalista Valdemar Rossi, entre outros nomes.


PROGRAMAÇÃO DOS DIAS 22/10 e 23/10


Quarta-feira (22/10)

19h - 1º DEBATE TEMÁTICO E LANÇAMENTO DO TRIBUNAL POPULAR
na SALA DOS ESTUDANTES DA FACULDADE DE DIREITO DA USP, NO LGO. SÃO FRANCISCO, REGIÃO CENTRAL DE SÃO PAULO.

"A VIOLÊNCIA DO ESTADO BRASILEIRO CONTRA OS QUE LUTAM POR MORADIA: MOVIMENTOS SEM-TETO, COMUNIDADES DESPEJADAS E O POVO DA RUA"

Com a participação de Daniel Laje, do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST, São PauloSP), Gegê, do Movimento de Moradia do Centro (MMC) e da Central de Mov. Populares (CMP, São Paulo-SP), Karina Santos, do Favela Atitude (favela Real Parque, São Paulo-SP)
Ricardo Matos e Robson Mendonça, do Fórum Centro Vivo e da Aliança Pela Vida (São Paulo-SP)


Quinta-feira (23/10)

14h - COLETIVA DE IMPRENSA DE LANÇAMENTO NACIONAL DO TRIBUNAL POPULAR

Local: Sede da Pastoral Operária, Rua Venceslau Braz, nº 78, 1º andar (ao lado da Pça da Sé)

Com a participação de Plínio de Arruda Sampaio e representantes de organizações participantes do Tribunal Popular pelo Brasil (Associação de Familiares e Amigos de Presos da Bahia, Centro de Defesa de Direitos Humanos de Sapopemba/SP, Coletivo Contra Tortura, Comitê Contra a Criminalização das Crianças e dos Adolescentes, Instituto Helena Greco de Minas Gerais, Justiça Global, Observatório das Violências Policiais de São Paulo (OVP-SP), Movimento Negro Unificado (MNU), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST). Rede de Comunidades contra a Violência do Rio de Janeiro, entre outras).

Ativistas Oaxaqueños Detidos sob a acusação de terem assassinado Brad Will

Fonte: Centro Mídia Independente - www.midiaindependente.org

Polícia federal mexicana prendeu cinco ativistas Oaxaqueños na quinta-feira à tarde. Pelo menos dois foram detidos por suposto envolvimento no assassinato do jornalista estadounidense da rede Indymedia Brad Will, em 27 de outubro de 2006.

Brad Will foi assassinado enquanto registrava a insurreição popular em Oaxaca. Múltiplas testemunhas dizem que ele foi assassinado por paramilitares, os quais foram identificados nas imagens feitas pelo próprio Brad antes de ser assassiado (veja a foto ao lado). Os paramilitares são: Juan Carlo Soriano, agente da polícia municipal; Manuel Aguilar, chefe conselho pessoal; Capaz Santiago Zarate; e Pedro Carmona, presidente da Câmara de Felipe Carrillo Puerto de Santa Lucia del Camino.

O governo alega que Will foi atingido a queima roupa, implicando, portanto, que o assassino fosse algum dos ativistas da APPO que estavam em torno dele no momento do disparo. Para provar esta alegação, o governo declarou que a autópsia encontrou queimaduras e pólvora no corpo de Brad o que indicaria proximidade entre o autor do disparo e a vítima. No entanto, o médico examinador que realizou a autópsia contradiz esta afirmação, dizendo que ele não encontrou pólvora e nem queimaduras no corpo de Will.

O homem acusado pelo governo de ser o autor intelectual do assassinato de Will é Juan Manuel Martínez Moreno. Martínez Moreno apoia a Assembleia Popular dos Povos de Oaxaca (APPO). Martínez Moreno foi manchete em 2007 quando foi sequestrado, juntamente com outros dois membros APPO durante o desempenho de observação eleitoral no município de Santa Lucía del Camino, onde Will foi assassinado em outubro de 2006. Os seqüestradores feriram três membros da APPO gravemente no rosto e abdômen debaixo de uma ponte e, em seguida, os abandonaram em uma comunidade a 38 km da cidade de Oaxaca.

Polícia prendeu também Octavio Perez Perez para disfarçar o crime. Perez participou em 2006 da insurreição em Oaxaca.

O Angry White Kid ( http://angrywhitekid.blogs.com/weblog/2008/10/five-arrested-in-oaxaca-at-least-one-for-brad-wills-murder.html) blog informa que três outros militantes foram presos: Lírio Lopez, Miguel Lopez, e Guadalupe (sobrenome desconhecido). Não se sabe se estes também são ativistas acusados do homício, ou se as prisões são parte de uma repressão ainda maior sobre a dissidência em Oaxaca.

De acordo com o Kid Angry White: "Ativistas vieram aqui para saber os motivos da detenção de Juan, e para se juntar a sua família esta noite na Penitenciaria Central de Santa Maria Ixcotel, Oaxaca. A mãe e a esposa de Juan não foram autorizadas a vê-lo. Mais soubesse que outros quatro ativistas tinham sido detidos. Um "Planton" enfrente a Ixcotel está previsto para se iniciar as 9h, na sexta-feira. "

APPO activistas e membros do Conselho Indígena Popular de Oaxaca (APPO) disseram que o governo está culpando os ativistas pelo assassinato de Brad, a fim de cobrir o seu próprio envolvimento no crime.

Atualização sobre outros três ativistas Submetido 17 de outubro de 2008 - 2:37 pm por Kristin Bricker

Embora ainda não temos nomes completos para os outros três activistas que foram presos na quinta-feira, há relatos não confirmados de que eles foram acusados de agredir um presidente municipal em uma barricada, em 2006, e não de terem assassinado Brad.

Isso significaria que essas detenções (ambas as detenções relacionadas com o Will e aqueles que possivelmente estão relacionadas) são parte de uma ampla repressão exercida sobre as pessoas e organizações que participaram da insurreição de 2006 e que continuam a se organizar em Oaxaca.

Também existem rumores não confirmados que há 250-300 mandados de detenção emitidos para Oaxaqueños ativistas. Independentemente de saber se esse rumor é verdade ou não, as cinco detenções na quinta-feira geraram obviamente tensões e medo em Oaxaca. Este boato que significa que muitos ativistas oaxaqueños estão com medo de que poderá haver um mandado de detenção para eles, e como um todo, o movimento está com medo de que a repressão vai continuar ainda com mais detenções.

Charge



Charge de Amorim

Publicado no site do Correio da Cidadania
http://www.correiocidadania.com.br/

Especial "Capitalismo em Crise" - Carta Maior

ESPECIAL:




PAUL VIRILIO
“O crash atual representa o acidente integral por natureza”
Há trinta anos o filósofo Paul Virilio analisa as catástrofes como a conseqüência inelutável do progresso técnico. Ele vê na crise financeira o exemplo mais acabado de sua tese, na qual as vítimas não são mais os mortos, mas os milhares de desabrigados que perdem suas casas.
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DUAS CRISES, A MESMA CAUSA
A crise econômica é pequena em comparação com a falência ambiental
No dia 10 de outubro, Pavan Sukhdev, economista do "Deutsche Bank", líder de um estudo europeu sobre ecossistemas, relatou que, só com a devastação florestal, estamos perdendo em capital natural valores entre 2 e 5 trilhões de dólares por ano. As perdas acumuladas até agora pelo setor somam algo entre 1 e 1,5 trilhões. A análise é de George Monbiot.
> LEIA MAIS | Economia | 19/10/2008


COMO EVITAR A RECESSÃO (I)
Belluzzo: "A palavra que falta dizer é estatização do crédito"
É preciso deixar de lado a esperança liberal de que os bancos vão agir em benefício da sociedade e do desenvolvimento. O governo tem que injetar crédito direto na veia do setor produtivo e demais instituições. A palavra que falta dizer é: estatização do crédito”, diz, em entrevista à Carta Maior, o economista Luiz Gonzaga Belluzzo, professor-titular do Instituto de Economia da Unicamp e presidente do Centro Internacional Celso Furtado de Políticas para o Desenvolvimento.
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• Os antecedentes da tormenta


COMO EVITAR A RECESSÃO (II)
A crise e a regulação do sistema financeiro
A confiança – ingrediente essencial de qualquer sistema financeiro – foi por água abaixo nos terremotos registrados nas últimas semanas. Desse ponto de vista não há alternativa para fazê-lo funcionar a não ser com garantias públicas. Propor que essas garantias tenham caráter muito limitado ou circunstancial, como ocorreu no caso americano, constitui uma miopia ancorada na ideologia e nos interesses das finanças, o que poderá levar a economia a uma recessão ainda mais profunda. A análise é de Ricardo Carneiro.
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CRISE FINANCEIRA
O caso britânico (II): As lições da crise
Um cartaz no escritório da Riverside Credit Union, uma empresa britânica de crédito com características de cooperativa, anunciava, orgulhosamente, entre outras vantagens, que a empresa pagava em dia seus clientes e não investia em ações na Bolsa de Valores. A mesma mensagem se lê no site da Riverside Credit: "Nossa empresa é como um banco, só que melhor". A análise é de Flávio Aguiar.
> LEIA MAIS | Economia | 15/10/2008
• Leia mais: O caso britânico (I): A direção da globalização vai mudar


BERNARDO KUCINSKI
A conta da crise já chegou aos trabalhadores
Nem a crise é igual para todos. Parte das perdas bilionárias dos fundos de pensão nunca será recuperada. No Brasil, as perdas totais dos 350 fundos de pensão complementar superaram até outubro os R$ 40 bilhões, segundo a Secretaria de Previdência Complementar. Salvou-nos de um desastre maior, a demora do governo em autorizar os fundos a aplicar no exterior.
> LEIA MAIS | Economia | 14/10/2008
• A derrocada dos bancos americanos e seus efeitos no mundo


JOSÉ SARAMAGO
Onde está a esquerda?
No dia 1° de outubro, o escritor português provocou: "Imaginei, quando há um ano rebentou a burla cancerosa das hipotecas nos Estados Unidos, que a esquerda, onde quer que estivesse, se ainda era viva, iria abrir enfim a boca para dizer o que pensava do caso. Passou-se o que se passou depois, até hoje, e a esquerda, covardemente, continua a não pensar, a não agir, a não arriscar um passo". Segue aguardando resposta.
> LEIA MAIS | Política | 14/10/2008

NOAM CHOMSKY
A cara antidemocrática do capitalismo
A liberalização financeira teve efeitos para muito além da economia. Há muito que se compreendeu que era uma arma poderosa contra a democracia. O movimento livre dos capitais cria o que alguns chamaram um “parlamento virtual” de investidores e credores que controlam de perto os programas governamentais e “votam” contra eles, se os consideram “irracionais”, quer dizer, se são em benefício do povo e não do poder privado concentrado.
> LEIA MAIS | Política | 13/10/2008


NOURIEL ROUBINI
Revisitando os 12 passos para o desastre financeiro
Em fevereiro deste ano, o economista Nouriel Roubini escreveu um artigo resumindo como a crise norte-americana iria se tornar mais severa e virulenta, podendo levar a um derretimento dos mercados financeiros e a uma recessão severa. Roubini começou a prever a catástrofe no mercado dos derivativos imobiliários há cerca de quatro anos. Foi chamado de louco e ridicularizado pelos oráculos de Wall Street.
> LEIA MAIS | Economia | 12/10/2008

ESPECIAL - FRANÇOIS CHESNAIS
O capitalismo tentou romper seus limites históricos e criou um novo 1929, ou pior
"Não quero parecer um pastor com a sua Bíblia marxista, mas quero ler uma passagem de O Capital: o verdadeiro limite da produção capitalista é o próprio capital; é o fato de que, nela, são o capital e a sua própria valorização que constituem o ponto de partida e a meta, o motivo e o fim da produção. O meio empregado - desenvolvimento incondicional das forças sociais produtivas - choca constantemente com o fim perseguido, que é um fim limitado: a valorização do capital existente". Leia a íntegra da palestra do economista francês François Chesnais feita em setembro, em Buenos Aires.


MARIA DA CONCEIÇÃO TAVARES
"Entupiu o sistema circulatório do capitalismo. Precisa agir rápido, antes que ocorra a trombose"
Em entrevista à Carta Maior, a economista Maria da Conceição Tavares fala sobre a crise. “As autoridades monetárias de todo o mundo têm que intervir rápido, antes que se forme a pior das bolhas, a de pânico, que é essa que está em curso", adverte. Para ela, o Brasil tem algumas vantagens importantes para enfrentar a crise, entre elas a existência de três fortes bancos estatais e pelo menos três grandes empresas públicas de peso, salvas do ciclo de privatizações desfechado pelo governo anterior. Isso dá ao governo instrumentos para intervir fortemente no mercado.
> LEIA MAIS | Economia | 08/10/2008


WALDEN BELLO
Tudo o que você quer saber sobre a crise mas tem medo de não entender
O que causou o colapso do centro nevrálgico do capitalismo global? O pior já passou? O que a crise de superprodução dos anos 70 tem a ver com os acontecimentos recentes? Qual a relação entre a política de reestruturação neoliberal, adotada para superar a crise de superprodução, e o colapso de Wall Street? Como se formam, crescem e explodem as bolhas e como se formou a atual bolha imobiliária? Walden Bello, professor de ciências políticas e sociais, oferece algumas respostas a tais questões.
> LEIA MAIS | Economia | 07/10/2008


A ESTRATÉGIA DO MEDO
Algumas coisas que a mídia não diz sobre a crise nos EUA
Em um artigo intitulado "Querem nos meter medo", o cineasta Michael Moore (foto) conta como centenas de milhares de pessoas entupiram os telefones e correios eletrônicos dos congressistas dos EUA contra a lei proposta pelo governo Bush para salvar os bancos em crise. E aponta como Wall Street e seu braço midiático (as redes de TV e outros meios) seguem com a estratégia de atemorizar a população.
> LEIA MAIS | Economia | 01/10/2008


ENTREVISTA: ERIC HOBSBAWM
A crise do capitalismo e a importância atual de Marx
Em entrevista a Marcello Musto, o historiador Eric Hobsbawm analisa a atualidade da obra de Marx e o renovado interesse que vem despertando nos últimos anos, mais ainda agora após a nova crise de Wall Street. E fala sobre a necessidade de voltar a ler o pensador alemão: “Marx não regressará como uma inspiração política para a esquerda até que se compreenda que seus escritos não devem ser tratados como programas políticos, mas sim como um caminho para entender a natureza do desenvolvimento capitalista”.
> LEIA MAIS | Política | 29/09/2008


E muito mais em Carta Maior.