domingo, 5 de abril de 2009

Luta por moradia se fortalece em Uberaba

Por Terra Livre - Regional Triângulo Mineiro
05 de Abril de 2009

Há cerca de um mês, um grande latifúndio urbano foi ocupado no bairro Cidade Ozanan, atrás do aeroporto de Uberaba (MG). A ocupação que começou espontaneamente agora conta com cerca de mil famílias, dispostas a seguir lutando pela sua casa.

Desde quinta-feira militantes da Terra Livre passaram a auxiliar na organização do acampamento, que criou uma cozinha coletiva e diversas comissões, como de segurança, educação e saúde.

Segundo "Sid", da comissão que coordena o acampamento, "o terreno antes só servia como lixão, lugar de desova de cadáveres e de estupros. Depois da ocupação, limpamos a nascente que estava cheia de lixo, impedimos caminhões de jogar entulho e até plantamos árvores".

A Prefeitura de Anderson Adauto (ex-ministro dos transportes de Lula), proprietária de parte da área ocupada ao invés de resolver o problema do déficit habitacional de Uberaba, quer expulsar os ocupantes através da força policial.

Em reunião com os sem-teto, o prefeito Anderson Adauto disse que a prefeitura não recuará, afirmando que não pode fazer nada pelas famílias. A justiça concedeu liminar de reintegração de posse para a prefeitura, que poderia ceder a área provisoriamente para as famílias.

O prefeito afirmou: "não existem sem-tetos em Uberaba. Andei a cidade inteira durante a campanha e não vi nenhum". Um dos coordenadores da ocupação o "Vizinho", rebateu o prefeito, mostrando estar bem mais informado: "A crise econômica já criou muitos desempregados em Uberaba, que tem que escolher entre comer e pagar aluguel".

Os sem-teto também denunciaram a lentidão da Cohagra (Companhia Habitacional do Vale do Rio Grande), órgão responsável pela construção e financiamento de moradias populares. Há famílias cadastradas há oito anos que ainda esperam na fila. Também foram cobradas mudanças no sistema de seleção, que praticamente não contempla solteiros (mesmo com filhos), possuidores de renda inferior a três salários mínimos, ou que tem "nome sujo".

A partir de segunda-feira, 06 de Abril, poderá haver despejo das famílias, que prometem resistir por não ter onde ir.

Anderson Adauto não tem nenhum compromisso com os pobres!
Todo apoio aos sem-teto de Uberaba!
Reforma Urbana Já!

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