terça-feira, 31 de março de 2009
Milhares vão às ruas contra demissões
Este é o primeiro passo; a mobilização deve continuar
Hoje (dia 30) os trabalhadores realizaram manifestações contra as demissões, por estabilidade no emprego e outras reivindicações em todo o país. O dia de protesto, organizado pelas centrais sindicais, movimentos sociais e estudantil e partidos de esquerda, contou com manifestações, fechamento de rodovias, assembléias e paralisações em locais de trabalho em todas as capitais brasileiras.
A manifestação nacional ocorreu em São Paulo, com uma passeata que durou cerca de cinco horas e reuniu cerca de sete mil pessoas – a organização chegou a anunciar dez mil, quando a passeata percorria a avenida Paulista. A atividade teve início na Avenida Paulista realizando protestos em frente à FIESP, o Banco Central, a Caixa Econômica Federal. Desceu ainda a rua Consolação, com encerramento em frente ao Teatro Municipal, no centro da cidade.
O protesto nacional foi organizado por 21 entidades, entre elas a CONLUTAS, CTB, CUT, FORÇA SINDICAL, INTERSINDICAL, CGTB, NCST, Assembléia Popular, Cebrapaz, CMB, CMS, CONAM, CONLUTE, MST e MTST.
Essa foi a primeira mobilização unificada desde o anúncio da crise econômica. De acordo com o dirigente da Conlutas, Zé Maria, foi um grande dia de luta. “Conseguimos a unidade de ação sabendo preservar as diferenças. Mas é necessário dar o próximo passo na luta contra as demissões: todas as centrais sindicais precisam exigir que o governo Lula garanta uma lei que garanta a estabilidade no emprego”, ressalta Zé Maria após a manifestação.
30 de março: o dia nacional de luta nas capitais
(cobertura ainda parcial)
SÃO PAULO
GM de SJC - No estado de São Paulo as manifestações começaram cedo. Cerca de 2 mil trabalhadores da GM – turno da manhã – realizaram um protesto na avenida General Motors, paralela a via Dutra, na madrugada desta segunda-feira para abrir o Dia Nacional de Lutas. O ato foi organizado pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São José, filiado à Conlutas. Os metalúrgicos fizeram uma passeata que percorreu aproximadamente dois quilômetros. Com faixas e bandeiras, os operários protestaram contra as 802 demissões realizadas pela montadora no começo do ano e a ameaça de novos cortes. Na última sexta-feira, a GM prorrogou, pela quarta vez, a licença-remunerada de um grupo de 600 trabalhadores da planta de São José dos Campos. O Sindicato teme novas demissões e já marcou uma assembléia com todos os metalúrgicos afastados da empresa.
Rodovias - O MTST e entidades que participam do dia de luta, “trancaram” estradas importantes rodovias no estado de São Paulo para denunciar os efeitos da crise sobre os trabalhadores. Entre a rodovias que tiveram o tráfego interrompido estavam a Anhangüera, na altura de Sumaré, a Francisco Morato, a Régis Bittencourt e a avenida dos Autonomistas. Também foram realizadas manifestações em frente as prefeituras de Osasco e Guarulhos.
Campinas – Os trabalhadores terceirizados da Petrobrás realizaram assembléia para marcar o dia e protestos. Além disso, houve agitação em fábricas químicas e operação tartaruga na Unicamp.
Bauru – Um ato no centro da cidade contou com a organização de centrais sindicais e movimentos sociais.
RIO GRANDE DO SUL
Porto Alegre - Uma grande manifestação reuniu mais de 6 mil pessoas em Porto Alegre. A passeata saiu do prédio administrativo da Gerdau em direção à área de concentração bancária, onde foram realizadas pequenas paralisações. Os protestos foram contra a crise e as demissões, por emprego e salário, pela manutenção e ampliação de direitos, pela redução dos juros e da jornada de trabalho sem redução de salários, pela reforma agrária e em defesa dos investimentos em políticas sociais.
Depois, os manifestantes seguiram até o Palácio Piratini onde se encontraram com os estudantes e os servidores públicos e realizaram o ato final contra a crise e contra a governadora Yeda Crusius. Nos discursos as lideranças sindicais e estudantis pediam “Fora Yeda”. Os manifestantes denunciaram as acusações de corrupção e desvio de verbas de várias áreas do governo, assim como o fechamento de escolas e a instalação de salas de aula em containeres, “as salas de lata”.
Participaram da manifestação diversas entidades. Entre elas, CONLUTAS, CUT, CTB, MST, VIA CAMPESINA, MTD, INTERSINDICAL, CPERS, GRÊMIOS, DCE UFRGS.
RIO DE JANEIRO
Atividade unitária reuniu 3.000 pessoas. A passeata tomou conta da avenida Rio Branco com parada em frente ao BNDES e à Petrobrás. A presença dos estudantes chamou atenção na manifestação carioca. Participaram: CONLUTAS, CTB, CUT, FORÇA SINDICAL, INTERSINDICAL, UGT, CONDSEF, DCE/UFF, DCE /UFRJCMP, CPM, MTD, MST, LS, UJC, PCB, PC do B, PSOL, PSTU.
BRASÍLIA
Ato reuniu 500 pessoas em frente ao Banco Central. Depois os manifestantes, com faixas e bandeiras, foram em passeata para a Esplanada dos Ministérios e encerraram a atividade em frente ao Supremo Tribunal Federal.
Participaram da manifestação CONLUTAS, FORÇA SINDICAL, CTB, CGTB, NCST, INTERSINDICAL, CUT, SINTFUB, SINDESEP, Sindicato dos Bancários, CONDSEF, FETRAF, Assembléia Popular, MST e MTD.
RIO GRANDE DO NORTE
Natal – Nesta capital os protestos também começaram no amanhecer. Houve atraso nos trens urbanos e na abertura do Detran, da Funasa, do Incra e do Inss. Além disso aconteceu um protesto com paralisação no HSBC e houve agitação e panfletagens nas garagens de ônibus e na industria têxtil.
Às 14h houve um ato unificado na praça Gentil Ferreira, seguido de passeata, com a presença de 600 pessoas. A atividade foi organizada pela CONLUTAS, CTB, IINTERSINDICAL, MST, CMP e FORÇA SINDICAL.
PERNAMBUCO
Recife - Uma manifestação reuniu cerca de 300 pessoas na porta da FIEPE (Federação das Industrias de Pernambuco). Um manifesto foi entregue aos empresários denunciando as demissões e alertando que os trabalhadores não estão dispostos a pagar pela crise. Depois seguiram em passeata até ao Palácio do Campo das Princesas, sede do Governo do Estado. Participaram da atividade: CONLUTAS,CUT,CTB,FORÇA SINDICAL,UGT,NOVA CENTRAL, MST, ANDES,UCS, PCB, PSOL, PSTU, MTL E INTERSINDICAL.
CEARÁ
Fortaleza – Trabalhadores da construção civil paralisaram sete canteiros de obras e, no final da manhã, 700 operários saíram em passeata pela ruas da cidade. A manifestação foi organizada pelo Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil, filiado à Conlutas, e contou como o apoio do Sindicato das Trabalhadoras da Confecção Feminina, da Oposição Rodoviária, da Oposição Sindiute e de militantes do PSTU.
Na parte da a tarde aconteceu ainda uma passeata unificada que contou com a presen~ca de 600 pessoas.
BAHIA
Salvador - Militantes da CONLUTAS realizaram protestos na BR 324. Nessa estrada passam trabalhadores da construção civil, petroleiros, metalúrgicos, químicos, borracheiros. A CUT e a CTB que tinham se comprometido a participar da atividade não foram na manifestação.
MARANHÃO
São Luis – O dia de lutas começou cedo com uma manifestação em frente ao Campus da Universidade Federal do Maranhão, na BR que dá acesso a cidade. 200 pessoas de várias categorias participaram da atividade que contou com a organização da CONLUTAS, da CUT e da CTB. A atividade terminou com um ato na Praça Deodoro.
SERGIPE
Aracaju - Os petroleiros realizaram assembléias para discutir a proposta da empresa e marcar sua participação na manifestação unificada das centrais. Essas assembléias reuniram 700 trabalhadores.
Também ocorreu um ato unificado na Praça da Bandeira, no centro da cidade, que contou com a participação de cerca de 400 pessoas. A atividade foi organizada pela CONLUTAS, CUT, MST, MTU e juventude.
ALAGOAS
Maceió - Agitação no centro da cidade com 50 pessoas.
PIAUÍ
Teresina – Um ato unificado da CONLUTAS, FETAG, MST, CUT, ASNAB, CONAB, SINSEP e outras entidades aconteceu na praça da Liberdade e reuniu 200 pessoas. Em seguida foram em passeata até o Palácio do Karnak, sede do governo estadual, onde fizeram o encerramento da atividade.
PARÁ
Belém – Uma manifestação reuniu duas mil pessoas no centro de Belém. A forte presença dos servidores municipais (Asfunpapa, saúde, educação e outros), que paralisaram suas atividades por um dia, foi destaque no protesto. A atividade foi organizada pela CONLUTAS, CUT, MST e outras entidades.
MINAS GERAIS
Belo Horizonte - Houve uma agitação na praça Sete com a participação de 150 pessoas.
Uberlândia - Apesar das chuvas houve animada mobilização. Reuniram-se na Praça Tubal Vilela, no centro de Uberlândia diversos sindicatos e movimentos, entre eles: CONLUTAS, CUT, FORÇA SINDICAL, SECUA, SIND-UTE, SINTET-UFU, SINTICOM-TAP, STTRU, DCE-UFU, CONTRACS-CUT, TERRA LIVRE, MPRA, MTL, PT, PSTU, PSB.
GOIÁS
Goiânia – Um ato unitário da CONLUTAS-G0, CUT, FORÇA SINDICAL E MST. Partidos presentes: PSTU, PSOL, PCB e PT. A concentração teve início na praça do Bandeirante e, em seguida, todos se dirigiram até a FIEG - Federação da Indústria. Uma nova passeata foi até a praça Cívica (Palácio do Governo), cujo tema central do protesto foi a denúncia do sucateamento e privatização da CELG e pela CPI de seu endividamento.
Estiveram presentes 500 pessoas do STIUEG, SINDQF, SINDIALIMENTO, ANDES, CONLUTE, DCE (estudantes) e Terra Livre (filiados da Conlutas), Sem Teto, Sem Terra e os sindicatos SINTEGO, SINTSEP, SINDFESP, SINDSAUDE, filiados à CUT, além da presença de dois parlamentares (PT e PC do B).
FONTE: CONLUTAS
Fotos: Diego Cruz (ato de São Paulo), CTB (ato de Porto Alegre e ato de Belém) e APN (ato do Rio de Janeiro).
domingo, 29 de março de 2009
Trabalhadores e trabalhadoras não pagarão pela crise!
Não às demissões! Pela redução dos juros, pelos investimentos públicos e em defesa dos direitos trabalhistas e sociais!
O Brasil vai às ruas na próxima segunda-feira, 30 de março. Os trabalhadores e trabalhadoras do campo e da cidade estarão unidos contra a crise e as demissões, por emprego e salário, pela manutenção e ampliação de direitos, pela redução dos juros e da jornada de trabalho sem redução de salários, pela Reforma Agrária e em defesa dos investimentos em políticas sociais.
A crise da especulação e dos monopólios estourou no centro do sistema capitalista, os Estados Unidos, e atinge as economias menos desenvolvidas. Lá fora - e também no Brasil -, estão sendo torrados trilhões de dólares para cobrir o rombo das multinacionais, em um poço sem fim, mas o desemprego continua se alastrando, podendo atingir mais 50 milhões de pessoas.
No Brasil, a ação nefasta e oportunista das multinacionais do setor automotivo e de empresas como a Vale do Rio Doce, CSN e Embraer, levaram à demissão de mais de 800 mil trabalhadores nos últimos cinco meses.
O povo não é o culpado pela crise. Ela é resultante de um sistema que entra em crise periodicamente e transformou o planeta em um imenso cassino financeiro, com regras ditadas pelo "deus mercado". Diante do fracasso desta lógica excludente, querem que a classe trabalhadora pague a fatura em forma de demissões, redução de salários e de direitos, injeção de recursos do BNDES nas empresas que estão demitindo e criminalização dos movimentos sociais. Basta!
A precarização, o arrocho salarial e o desemprego enfraquecem o mercado interno, deixando o país vulnerável e à mercê da crise, prejudicando fundamentalmente os mais pobres; nas favelas e periferias, É preciso cortar drasticamente os juros, reduzir a jornada sem reduzir os salários, acelerar a reforma agrária, ampliar as políticas públicas em habitação, saneamento, educação e saúde, e medidas concretas dos governos para impedir as demissões, garantir o emprego e a renda dos trabalhadores.
Manifestamos nosso apoio a todos os que sofreram demissões, em particular aos 4.270 funcionários da Embraer, ressaltando que estamos na luta pela readmissão.
O dia 30 também é simbólico, pois nesta data se lembra a defesa da terra Palestina, a solidariedade contra a política terrorista do Estado de Israel, pela soberania e auto-determinação dos povos.
Com este espírito de unidade e luta, vamos construir em todo o país grandes mobilizações. O dia 30 de março será o primeiro passo da jornada. Some-se conosco, participe!
NÃO ÀS DEMISSÕES!
REDUÇÃO DOS JUROS!
REDUÇÃO DA JORNADA SEM REDUÇÃO DE SALÁRIOS E DIREITOS!
REFORMA AGRÁRIA JÁ!
POR SAÚDE, EDUCAÇÃO E MORADIA!
EM DEFESA DOS SERVIÇOS E SERVIDORES PÚBLICOS! SOLIDARIEDADE AO POVO PALESTINO.
Ato Internacional Unificado Contra a Crise
Concentração no Masp - Avenida Paulista
30 de Março - 10h
Organizadores:
ASSEMBLÉIA POPULAR, CEBRAPAZ, CGTB, CMB, CMS, CONAM, CONLUTAS, CONLUTE, CTB, CUT, FORÇA SINDICAL, INTERSINDICAL, MARCHA MUNDIAL DE MULHERES, MST, MTL, MTST, NCST, OCLAE, UBES, UBM-FDIM, UGT, UNE, UNEGRO, VIA CAMPESINA
Saiba sobre os atos em outros estados:
Trabalhadores gaúchos reivindicam seus direitos, emprego e Reforma Agrária
27/03/2009 - Em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, trabalhadores e estudantes do campo e da cidade também estarão reunidos em uma grande manifestação contra os ônus da crise no dia 30/3, exigindo emprego, manutenção de direitos e Reforma Agrária.
Mobilização contra a crise une movimentos no Maranhão
27/03/2009 - Como encaminhamento da Assembléia dos Movimentos sociais durante o Fórum Social Mundial, entre os dias 28 de março e 4 de abril trabalhadores de todo o mundo estarão protestando contra a crise e em defesa de seus direitos. No Brasil, no dia 30/3, também o Maranhão estará mobilizado
RIO DE JANEIRO
Ato unitário no centro da cidade do Rio de Janeiro, com concentração a partir das 14h, na Candelária, com passeata pela Av. Rio Branco.
Encerramento do Ato na Cinelândia.
Convocam a manifestação: CONLUTAS, CTB, CUT, FORÇA SINDICAL, INTERSINDICAL, UGT, CONDSEF, DCE/UFF, CMP, CPM, MTD, MST, LS, UJC, PCB, PC do B, PSOL, PSTU.
MINAS GERAIS
Em Belo Horizonte haverá um Ato Unificado às 15h, na Praça Sete.
Em Uberlândia, outro Ato unificado, do qual participarão a CONLUTAS, CUT, CTB, FORÇA SINDICAL, TERRA LIVRE, MPRA, MST, entre outras entidades e movimentos. Concentração às 15h, na Praça Tubal Villela, no Centro da cidade.
ALAGOAS
Ato em Maceió, no Calçadão do Comércio, às 14h.
CEARÁ
Às 15h, Ato unificado saindo da Pça. da Bandeira, em passeata até Pça. do Ferreira, em Fortaleza.
MARANHÃO
Às 8h, passeata no Centro de São Luís.
PARAÍBA
Ato unificado com CONLUTAS, CUT, CTB, em João Pessoa.
SERGIPE
Às 8h, Ato unificado com CONLUTAS, CUT, MST, MTU e a juventude na Pça.Bandeira, em Aracajú.
RIO GRANDE DO NORTE
Ato na Pça. Gentil Ferreira, em Natal, às 14h, com passeata organizada pela CONLUTAS, CTB, Intersindical, MST, CMP, Força Sindical.
PERNAMBUCO
Passeta em Recife, às 9h, com concentração na FIEPE (Federação das Industrias de Pernambuco). Estão juntas na construção do ato: CONLUTAS,CUT,CTB,FORÇA SINDICAL,UGT,NOVA CENTRAL, MST,ANDES,UCS,PCB,PSOL,PSTU,MTL E INTERSINDICAL
PIAUÍ
Ato Unificado em Teresina com a CONLUTAS, CUT, CTB, na Praça da Liberdade, ao lado do CEFET, às 10h, concentração e caminhada pela Avenida Frei Serafim.
PARANÁ
Ato em Curtiba, com concentração na Praça Santos Andrade, às 10h, com passeata até o Banco Central, Prefeitura e Assembléia Legislativa.
SANTA CATARINA
Ato em Florianópolis, às 17h, em frente da Procuradoria Geral do Estado. Convocam: CONLUTAS, MUCAP. CUT, CTB e INTERSINDICAL. Os trabalhadores em Educação farão uma greve de 24hs nesta data e se incorporarão na manifestação unificada.
BRASÍLIA
Ato em frente ao Banco Central, 10h . Passeata em direção a Esplanada dos Ministérios.
MATO GROSSO
A manifestação em Cuiabá será realizada às 10h, na Praça Alencastro, em frente à Prefeitura Municipal. Entidades que estão construindo o Dia Nacional de Lutas em Mato Grosso: SINDIJUFE-MT, CONLUTAS, INTERSINDICAL, CUT, CTB, NOVA CENTRAL, MRS, DCE-UFMT, Assembléia Popular, Centro Burnier Fé e Justiça, MST, SINDJOR, ADUFMAT, ANDES, UNE, UJS, CLTP, SINTEP, SINTRAE, Rede de Educação Cidadã (Recid), SEEB-MT, UJS, UMB-MT, Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil e ASS entre outras.
GOIÁS
Ato às 9h na Pça. Bandeirante, em Goiânia.
Essa crise não é nossa!
Por Terra Livre
A ganância dos ricos está levando o mundo à crise mais uma vez. Para salvar os seus privilégios, banqueiros, “investidores”, especuladores e grandes empresários se apropriam mais das riquezas da nossa sociedade. Os governos, o parlamento e a Justiça, defendendo os ricos, retiram os direitos dos trabalhadores e gastam todo o dinheiro público com os pacotes “para contornar a crise”. Desde setembro, foram centenas de bilhões de reais que o governo Lula deu aos bancos e empresas multinacionais, os mesmos que vão aprofundar a crise e desempregar.
Para a grande massa dos trabalhadores resta se defender ocupando terra para produzir, terrenos para morar, fazendo greves para não ficar desempregado ou sem aposentadoria. Mas não basta se defender! Dos trabalhadores é que virá a verdadeira saída para a crise. Com a nossa auto-organização, através dos movimentos sociais, nós podemos impor aos governos que os recursos públicos sejam usados para empregar, garantir os direitos trabalhistas, em educação e saúde. Podemos impor a reforma agrária que pode baratear o alimento e devolver a terra que é de todos, é do povo brasileiro. Organizados, podemos transformar a cidade, onde todos podem morar com dignidade, trabalhar e se divertir, e onde podemos fazer a indústria produzir para o bem de todos, e não para a exploração e lucros exorbitantes da burguesia.
Essas são as formas de acabar com a crise e evitar as próximas, com igualdade e justiça social e uso consciente dos nossos recursos, construindo o socialismo. E isso só ocorre com a organização e ação dos trabalhadores, no movimento social cotidiano, distribuindo as riquezas e construindo uma terra sem classe dominante. UMA TERRA LIVRE!
A Terra Livre participa da jornada nacional de lutas no dia 30 de Março em manifestações em:
Goiânia
Manhã – Ato às 9 horas na Pça. Bandeirante, com passeata até a FIEG
Manifestação em frente ao Governo do Estado contra a privatização da CELG
Uberlândia
to unificado, do qual participarão a CONLUTAS, CUT, CTB, FORÇA SINDICAL, TERRA LIVRE, MPRA, MST, entre outras entidades e movimentos. Concentração às 15 horas na Praça Tubal Villela, no Centro da cidade.
Ouro Preto
Dia de lutas
São Paulo
10 horas – Ato unificado na Avenida Paulista
ESSA CRISE NÃO É NOSSA!
Nota de repúdio à ação do INCRA-MG
O Movimento Popular pela Reforma Agrária - MPRA, ocupa a área da fazenda Cabaça, no município de Uberlândia ha aproximadamente 2 anos. A fazenda foi vistoriada pelo Incra e o laudo indicou sua improdutividade. Confiantes de que seriam assentadas ali, as 35 famílias iniciaram o cultivo da terra. Plantaram cará, mandioca, milho, hortaliças, num total de 10 hectares. A proprietária da fazenda questionou o laudo do Incra e após uma "negociação" forjada conseguiu alterá-lo indicando a fazenda como área produtiva. Agora, depois de tanto esforço das pessoas que estão na área para recuperá-la e tentarem, mesmo sem nenhum auxílio do governo, tirar dali o seu sustento, o Incra marcou uma audiência de negociação e indica o despejo das famílias para retornar a posse da fazenda à proprietária. A audiência acontecerá no dia 01 de abril, às 13:00, no fórum de Uberlândia-Mg. O MPRA denuncia este ato de desrespeito e indignidade do poder público e conclama à sociedade nesta campanha para desmascarar a falsa Reforma Agrária do governo federal e o atrelamento do Incra-Mg com os interesses dos latifundiários.
saudações revolucionárias,
Movimento Popular pela Reforma Agrária
quinta-feira, 26 de março de 2009
Mudança no Plano Diretor é marca da gestão em favor das corporações
Fonte: CORREIO DA CIDADANIA
Escrito por Valéria Nader e Gabriel Brito | |
20-Mar-2009 | |
Gilberto Kassab se elegeu prefeito de São Paulo há poucos meses com promessas que, apesar do país desmemoriado que somos, ainda estão na lembrança dos paulistanos, como a de investimentos para o combate ao depauperado setor dos transportes públicos. No entanto, apoiando-se na crise que já era no mínimo iminente à época das eleições, começa a anunciar cortes de orçamento para alguns setores.
Com vistas a tratar de alguns temas da cidade de mais evidência neste início de ano, o Correio da Cidadania entrevistou o deputado federal do PSOL Ivan Valente, candidato nas eleições municipais passadas. Para ele, trata-se da clara demonstração de como as políticas da cidade estão voltadas aos setores que "mandam na cidade", isto é, imobiliário e de grandes corporações responsáveis por obras estruturais.
Valente afirma que a atual gestão prioriza o ajuste fiscal, o que implica em que as promessas não serão cumpridas. De acordo com o deputado, está em andamento uma política de enfraquecimento do Estado e da sociedade civil nas grandes decisões da cidade, o que fica escancarado na tentativa de aprovar projeto de lei que modifica o plano diretor da cidade e promove um claro ataque aos setores sociais.
A íntegra da entrevista pode ser conferida a seguir.
Correio da Cidadania: Como o senhor enxerga o corte de verbas anunciado por Kassab em alguns setores, como o dos transportes públicos, contrariando suas promessas de campanha logo no início do mandato?
Ivan Valente: Acho que a lógica do Kassab, do DEM, é a do ajuste fiscal, que na verdade sempre foi uma prioridade deles: fazer o ajuste fiscal e pagar religiosamente a dívida pública do município, cujos dispêndios equivalem a 13% da arrecadação fiscal.
Um exemplo disso ele deu quando declarou ser contra mexer na renegociação da dívida, sendo que há muitos governadores e prefeitos mexendo.
A lógica dele é de ajuste fiscal; portanto, não cumprirá as promessas de campanha. Basta ver que ele gastou muito mais em propaganda que em obras de prevenção a enchentes (R$ 19,3 milhões a R$ 17 milhões).
CC: Realmente, mal começou o ano e a cidade já sofreu muito com enchentes, tendo gerado focos de revolta em alguns pontos – ao mesmo tempo em que o prefeito diz não haver condições de solucionar rápido tal problema. Acredita que a prefeitura terá sensibilidade de ouvir reclamos específicos da população ou a crise poderá ser desculpa para toda e qualquer falta de investimento?
IV: Acho que a crise irá se transformar numa grande desculpa para o não atendimento às prioridades populacionais, pois vão alegar, entre outras coisas, queda na arrecadação de impostos etc.
Porém, mexer na dívida pública do município ninguém quer, pois mexe com bancos, com a lei de responsabilidade fiscal e por aí vai.
Portanto, eles vão realmente alegar as razões da crise e os maiores prejudicados serão aqueles que necessitam dos serviços públicos essenciais. O atendimento à saúde pública, à educação, o direito ao saneamento básico, à moradia popular de boas condições, tudo isso, certamente, sofrerá um adiamento.
O que vemos são mais ações de impacto midiático do que de resolução dos problemas estruturais da cidade, uma vez que para tal é preciso enfrentar setores poderosos. Seria preciso enfrentar o setor imobiliário, os sonegadores de impostos, fazer uma reforma tributária de IPTU progressivo, estabelecer parâmetros de participação popular (do que o Kassab não quer nem ouvir falar), fazer eleição direta para subprefeitura, a fim de que se pudesse cobrar e fiscalizar de perto... Em suma, todas as questões que defendemos para o programa da cidade.
CC: O que pensa dos esforços da prefeitura para alterar drasticamente o Plano Diretor da cidade, comprometendo, ao que parece, vastos setores de direitos sociais, como educação, saúde, assistência social, cultura, esportes, lazer etc., e sem uma discussão mínima com a sociedade?
IV: Esse é um problema muito grave. Acho que a prefeitura, como disse há pouco, já na gestão Serra, e agora também, trata as questões da estrutura urbana segundo a lógica da especulação imobiliária, dos interesses de grandes corporações, das operações urbanas e da desregulamentação da cidade, para conceder privilégios a pequenos grupos da sociedade.
O caso da Cracolândia é um exemplo. Eles querem fazer uma limpeza racial, limpar os pobres da cidade e facilitar a valorização dos imóveis do centro com a criação de centros culturais.
No entanto, a população claramente não tem vez nem voz nesse processo. Certamente faltam recursos para a saúde pública, educação, mas essas operações urbanas e mudanças no Plano Diretor do município ficam sob pressão exatamente do setor mais privilegiado da sociedade.
CC: Reforçando essa lógica orçamentário-fiscalista na questão urbana, a prefeitura enviou, por exemplo, à Câmara projeto de lei que permite que a municipalidade conceda para empresas privadas o poder de realizar intervenções urbanas, inclusive efetuando desapropriações em nome do poder público. O que pensa de um projeto desses?
IV: É de muita gravidade, pois se trata da terceirização do poder de decidir para a iniciativa privada, o que considero gravíssimo. É a lógica do PFL-DEM e PSDB, de enfraquecer o papel do Estado, e particularmente da sociedade civil, em nome da palavra modernização.
Porém, o que estão fazendo de verdade é trabalhar contra o interesse público. Sem dúvida, os grandes beneficiários dessas operações são as grandes corporações – imobiliárias, megainvestimentos transnacionais e assim por diante.
CC: Ao mesmo tempo, têm sido realizados controvertidos despejos nas periferias da cidade, inclusive muitos deles com a justificativa de proteção ambiental. O que pensa destes despejos? Especialmente nesse momento de crise econômica profunda, não são uma grande temeridade?
IV: Já se tem a história do Edifício São Vito, a respeito de não cumprimento de promessas com os moradores. Vemos, inclusive, o sanfonamento de edifícios públicos, como o da Receita, na Avenida Tiradentes, para evitar que movimentos sociais de moradias entrem nessas áreas.
Rigorosamente, não temos um planejamento estratégico urbano. Existem 50 mil unidades vazias no centro da cidade e a população é empurrada para a periferia. Ou seja, eles empurram as populações de áreas que já possuem infra-estrutura e serviços públicos instalados. A tal revitalização do centro servirá para expulsar a população pobre da região, deslocando-a para periferias sem a menor estrutura urbana.
Isso tudo é de imensa racionalidade, mas mostra que o espaço urbano está dominado por aqueles que mandam na cidade. E os governantes seguidamente têm servido a essas grandes corporações, que estão exercendo interferência no Poder Executivo.
CC: Em 2009, começaram a ser mais sentidos os efeitos da crise econômica. O que pensa que está por vir em nossa metrópole nesse período de duração ainda incerta e com todo o mandato do prefeito pela frente?
IV: Para mim, essa será uma crise de profundidade e longa duração. Vejo um cenário de duração longa. Trata-se de uma crise mundial, o Brasil é um país dependente, que se reprimarizou, que não construiu alternativas no mercado interno de massas, é ultradependente de crédito e, portanto, seremos duramente atingidos pela crise.
Isso significa que há um impacto sobre a vida econômica, política e social. Entendo que aquela fase de bonança e conformismo que margearam as eleições de 2008 é um cenário que desapareceu.
Nas próximas eleições, a expectativa da população se deparará com outro cenário, bastante reivindicativo, pressionado pela crise, pela piora dos serviços públicos e assim por diante. No entanto, é difícil estabelecer um parâmetro de duração dessa crise.
Acho que o povo de São Paulo deve ficar bastante atento às promessas que foram feitas pelo prefeito eleito e fazer um forte movimento de cobrança e exigências, porque não basta a combinação mídia-marketing para governar a cidade. É preciso projetos estruturais e vontade política para combater privilégios e construir um programa que garanta justiça social, distribuição de renda e boa qualidade de vida a toda a população, e não somente a uma parcela dela.
Gabriel Brito é jornalista; Valéria Nader, economista, é editora do Correio da Cidadania. |
Ocupação na Fazenda Guarany organizada pelo Movimento Terra Livre em Goiás
Cerca de 80 Famílias organizadas pelo Movimento Terra Livre ocuparam a Fazenda Guarany, na Cidade de Goiás. A fazenda têm aproximadamente 2.000 mil Há. A ocupação se deu na madrugada de domingo.
O objetivo da ocupação é cobrar do INCRA agilidade na obtenção de Terras realizando novas vistorias, tendo em vista que no ano de 2008 o INCRA, não cumpriu as metas de assentar 3.000 mil famílias.
Na avaliação do movimento o INCRA, não assentou nem uma famílias nova, porque das 430 famílias anunciadas, 4.000 foram reposição nas parcelas retomadas, 130 Famílias estão na condição de Pré-Assentamento porque estão morando em barracos de lona e não receberam nem o crédito inicial.
Contato: Zelito (062) 8412 6373.
Coordenação Estadual/GO
Mov. Terra Livre
MOVIMENTO TERRA LIVRE - Goiás
Rua: 237 n° 525 sala 01 Q.92, lt. 12/14
St. Leste universitário, CEP: 74605-160
Fone fax: (062) 3093-7572/
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Greve geral na França mobiliza entre 1,2 milhão a 3 milhões de pessoas
Greve geral mobiliza centenas de milhares na França
Daniela Fernandes - BBC Brasil
Centenas de milhares de pessoas saíram às ruas da França nas mais de 200 manifestações organizadas para reivindicar a adoção de medidas para proteger o emprego e melhorar o poder aquisitivo, na segunda greve geral convocada em menos de dois meses.
Os protestos desta quinta-feira reuniram, segundo a polícia, 1,2 milhão de pessoas - mais do que na última greve geral, realizada em 29 de janeiro. Na ocasião, a polícia calculou em um milhão o total de participantes.
Os sindicatos, porém, alegam que a paralisação desta quinta-feira mobilizou três milhões de pessoas - 500 mil a mais do que em janeiro, de acordo com os organizadores.
Paris, Marselha e Grenoble estão entre as cidades em que houve grandes passeatas nesta quinta-feira.
Transporte e educação
A greve geral afetou principalmente o transporte ferroviário, com 36% de grevistas, segundo a estatal SNCF, e o setor da educação, que registra 30% dos professores em greve, de acordo com o governo.
A greve também atingiu vários outros setores. Na France Télécom, o número de grevistas totaliza 25%, segundo a direção da empresa de telecomunicações. Na estatal de eletricidade EDF, o total é de 17,5%, também de acordo com a empresa.
Os metrôs e ônibus em Paris foram menos afetados do que o sistema ferroviário. De acordo com a empresa que opera os ônibus e o metrô da capital, o número de grevistas é de 12%.
No aeroporto de Orly, nos arredores de Paris, 30% dos voos foram cancelados nesta quinta. O aeroporto Charles de Gaulle foi menos atingido pela greve, com 10% de voos suspensos, de acordo com a direção dos aeroportos.
O clima de tensão social é crescente na França. Desde a greve no final de janeiro, a situação se deteriorou ainda mais no país em razão de vários novos planos de demissões anunciados pelas empresas.
O desemprego na França já atinge 2,2 milhões de pessoas, o equivalente a 8,2% da população ativa. Em janeiro, o número de novos desempregados, 90 mil, foi o maior já registrado em apenas um mês.
Como em janeiro, a greve desta quinta-feira conta com uma forte presença de trabalhadores do setor privado, fato até então atípico em greves na França, normalmente realizadas por funcionários públicos.
Trabalhadores das montadoras Peugeot Citroën e da Renault, além de empregados do Carrefour, Total, Rhodia e Saint Gobain, entre outras companhias, também participam dos protestos em Paris.
Por outro lado, o funcionalismo público teria tido uma participação menor nas manifestações desta quinta-feira do que em janeiro.
Sem novas medidas
O governo francês descartou, no entanto, a possibilidade de anunciar novas medidas sociais.
Após a paralisação de janeiro, o presidente francês, Nicolas Sarkozy, convocou os sindicatos para uma reunião, realizada em fevereiro.
Após o encontro, o presidente anunciou um pacote de 2,6 bilhões de euros, que inclui reduções fiscais para a classe média, novos benefícios sociais para famílias de baixa renda e medidas para estimular a criação de empregos para jovens.
O primeiro-ministro, François Fillon, afirmou na segunda-feira que o governo não pretende liberar novas quantias para não aumentar a dívida pública.
Fonte: Conlutas